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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

GUILLAIN BARRÉ E FISIOTERAPIA

SINDROME DE GUILLAIN-BARRÉ

A Síndrome de Guillain-Barré é uma doença rara na qual os nervos periféricos se deterioram. O dano de um nervo causa freqüentemente fraqueza muscular (muitas vezes chegando a causar paralisia total), e pode causar anormalidades de sensação, inclusive dor, formigamento (parestesia), sensação de “comichão na pele”, ou até desequilíbrio.

Os sintomas da síndrome de Barré variam de pessoa para pessoa e podem ser moderados ou severos. Freqüentemente, o primeiro sintoma significativo que a pessoa com esta doença notará é a fraqueza, e freqüentemente ela é sentida em ambas as pernas. Com o passar do tempo, a fraqueza envolve os braços ou a cabeça, afetando os olhos, os movimentos da cabeça e a fala, depois de ter afetado as pernas em primeiro lugar.

Às vezes a fraqueza é precedida ou acompanhada por uma sensação de formigamento, freqüentemente nas partes mais baixas das pernas e pés. Além disso, cada grupo muscular afetado pode ter dor e/ou formigamento. A síndrome de Barré pode prejudicar o controle da pressão sanguínea do corpo temporariamente, levando de forma perigosa à pressão baixa quando a pessoa se levanta depois ter se abaixado ou de ter se sentado (hipotensão postural).

A doença progride rapidamente, e a maioria dos pacientes atinge seu cume, com fraqueza das pernas, braços, tórax, e outros músculos por volta três semanas após o começo da doença. Em alguns casos, a fraqueza pode progredir muito rapidamente. A fraqueza que se inicia nas pernas pode progredir para completa paralisia das pernas, braços e músculos da respiração num curso de horas ou de muito poucos dias. Por isso, uma pessoa que desenvolve fraqueza súbita nas pernas ou braços deve entrar em contato com seu médico imediatamente.

A fraqueza pode durar dias, semanas ou meses antes que a reversão do quadro se devolva. O retorno da força semelhante à pré-doença e funcionamento é lento, às vezes dura meses ou anos. A maioria dos pacientes retorna ao normal dentro de meses.

O sistema auto-imune ataca a bainha de mielina que circunda os axônios dos nervos periféricos, impedindo a condução do estímulo nervoso, através dessa destruição da bainha de mielina e/ou até mesmo dos axônios. Produzindo uma piora rapidamente da fraqueza muscular, podendo levar a plegia (KRIVICKAS, 2003).

Essa destruição da bainha de mielina resulta em diminuição da velocidade de condução nervosa. Observa-se prolongamento das latências distais, tanto motoras como sensitivas. Não existe correlação direta entre a gravidade do quadro neurológico e o grau de redução da velocidade de condução nervosa (KÖLLER, 2005).

Os sintomas começam pela fraqueza e /ou sensação anormal dos braços e pernas podendo afetar também os músculos do tórax, face e olhos.

Os primeiros sintomas neurológicos consistem em paresias simétricas dos membros, freqüentemente acompanhadas de parestesias. A hiporreflexia ou arreflexia nunca falta, mas os reflexos tendinosos podem estar presentes na fase inicial da doença. O grau de comprometimento da sensibilidade varia: em certos pacientes, todas as modalidades da sensibilidade permanecem normais, ao contrário de outros que apresentam acentuadas diminuições da sensibilidade postural, vibratória, dolorosa e térmica. Apresentam também disfunção do sistema nervoso autônomo (como hipotensão ortostática, hipertensão transitória ou arritmias cardíacas).

Os pacientes com SGB apresentam muita dor, descrita como parestesia, disestesia, dor axial e radicular, mialgia, dor articular e desconforto visceral. A fisioterapia motora constitui-se de exercícios passivos, ativo-assistido e ativo dos membros, dependendo da melhora da fraqueza muscular; sempre tendo como limite a dor do paciente. Tem sido observado que o superuso de uma unidade motora afetada pode impedir a sua recuperação. Sem esquecer o posicionamento, mudanças de decúbito, alongamentos, e exercícios metabólicos; fundamentais para evitar úlceras de decúbito, trombose venosa profunda, tromboembolismo pulmonar, encurtamento de tendão, contraturas articulares e paralisia de nervos, sendo que os mais afetados são o nervo ulnar, peroneal e lateral femoral (MEYTHALER, 1997).

TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

O tratamento da síndrome de Guillain-Barré envolve, em primeiro lugar, controlar a paralisia da respiração, caso ela aconteça. A maioria dos pacientes com essa síndrome são hospitalizados porque a doença pode debilitar os músculos do tórax ao ponto que a respiração torna-se difícil ou impossível.

A fisioterapia respiratória baseia-se em dois aspectos: na fase inicial, constituída basicamente de manobras de higiene brônquica (para promover a clearence mucociliar, evitando consolidações e atelectasias), reexpansão pulmonar, aspiração da via aérea (se necessário), drenagem postural para mobilizar secreções; e numa fase mais tardia da doença treinamento muscular e desmame da ventilação mecânica (SMITH & BALL, 2004).

Há dois tratamentos que são eficientes e fazem acelerar a recuperação e reduz a severidade da síndrome de Barré:

  • A Plasmaferese no qual sangue é retirado do paciente, depois separado em seus componentes: plasma e células. As células do sangue são recolocadas no corpo.

· Infusões de imunoglobulina: as imunoglobulinas são uma mistura de anticorpos produzidos naturalmente pelo sistema imune do corpo. Doses altas de imunoglobulina podem trabalhar bloqueando os anticorpos que contribuem para a doença.

Depois que a recuperação começa, os pacientes deverão se reabilitar através da fisioterapia motora e respiratória para poder ajudá-los a recuperar a força e o próprio movimento.

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