Nascida aos 24 de fevereiro de 1948 em Franca-SP, Leide é a caçula de oito irmãos. Aplicada nos estudos, destacou-se na infância por sua vivacidade e interesse pela leitura. Expansiva, doce e alegre, já na adolescência demonstrava comprometimento e intensidade em relação aos projetos com os quais se envolvia, às pessoas com as quais convivia. Inteligente e sensível, sempre influenciou pessoas, posicionando-se com autenticidade e autonomia.
Apaixonou-se por Cesar Sandoval Moreira, casando-se aos 19 anos de idade. Formou-se na Faculdade de Direito de Franca, em 1972. Teve três filhos: Cesar Jr, Leide (batizada com seu nome) e Cristiano. Morando em São Paulo, trabalhou no depto. jurídico da Febem por 5 anos. Em 1980 mudou-se para Ituverava - SP, onde prestou atendimento jurídico como profissional liberal e, em 1990, residindo em Franca, passou a coordenar o setor jurídico da UNESP local.
Em 1998, viúva, muda-se novamente para São Paulo onde, como sócia, passou a dirigir a área jurídica da consultoria Leide Moreira Marketing Cultural, empresa especializada em desenvolver projetos culturais.
Com espírito leve e jovial, atenta aos cuidados com o corpo, diariamente realizava atividades físicas, como caminhadas, corridas e musculação. Sempre teve sensibilidade especial para gente. Agregava pessoas, amigos e familiares, tudo era motivo de festa, de reuniões regadas à música, de prazerosos encontros. Até então, Leide escrevia “por brincadeira”.
Em janeiro de 2001, ganhou seu primeiro netinho, Gabriel. E em setembro de 2004, nasceu o Pedro, seu segundo neto. Havia decidido se aposentar, gozar a vida. No final desse mesmo ano começou a sentir perda de força, de forma progressiva, no braço direito.
Muitas consultas e diversos exames médicos foram realizados. Momentos difíceis e angustiantes, repletos de dúvidas e incertezas. A cada dia, um novo sofrimento marcado por perdas de funções e atividades.
No começo de 2005, Dr Wilson Marques, neurologista da USP de Ribeirão Preto - SP, investiu em uma minuciosa pesquisa para a busca do diagnóstico que veio a ser fechado pelo Dr. Acary, especialista da Escola Paulista de Medicina de São Paulo, como Esclerose Lateral Amiotrófica, também conhecida como E.L.A.
Trata-se de doença degenerativa do Sistema Nervoso, caracterizada clinicamente pela paralisia motora incapacitante, com comprometimento progressivo. A consciência (cognição) e o movimento ocular não são afetados e, apesar das inúmeras pesquisas, ainda não existe um tratamento para sua cura.
O ano de 2005 foi “sem poesia”. Em agosto, foi necessária uma gastrostomia, pois já não havia como deglutir o alimento. No final desse mesmo ano, já com uma traqueostomia e com fala e movimentos comprometidos (com exceção do globo ocular), Leide começou a utilizar a tabela visual* para se comunicar.
Um dom tímido até então foi ressaltado em meio às dificuldades diárias para a realização das atividades vitais.
No início de 2006, Leide revela-se uma poeta madura e sensível às questões da essência humana. Suas palavras demonstram força e coragem, além de influenciar pessoas, enriquecendo-as de emoção.
Em novembro de 2006, por indicação da ABRELA (Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica), Leide foi homenageada em reconhecimento à sua produção literária, na categoria “Celebração à Vida”, do Prêmio “Magnífico - Profissionais destaque do ano”.
Hoje, produzindo poesias, Leide luta pela vida em sua melhor qualidade possível, além de batalhar pela dignidade de ter a sua liberdade de escolha (livre arbítrio) integralmente preservada. Direito do qual ela não abre mão.
1 comentários:
Adorei, coloquei no meu blog sobre ELA, ok? Abraços.
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